Dá-me assim um quentinho cá dentro quando alguém que tem a p*ta da mania fica mal devido à minha fantástica pessoa. Mesmo que seja involuntariamente, como aconteceu hoje. Hmmmm, adoro esta bolinha interior de satisfação, este sorrisinho divertido, esta sensação de justiça meia feita.

Black is nice

Cenário: trabalhinho, desesperada por um café, 15 cêntimos de posses monetárias, considero empréstimo de colegas descompensados, prefiro ficar em posição fetal, a baloiçar e a dar pequenos socos na cabeça por privação de café.
Cenário: casa, decido compensar desgaste emocional com uma quantidade obscena de café, taquicardia, suores frios, stress sobre tudo em geral e nada em particular, o cotão quer atacar-me, o consolo da cafeína.


Pensavam que era um post sobre machos africanos, não era? Bando de tarados.

Done

Acabo o mês com o plano B desfeito. Mas já arranjei um plano C.
Acabo com muita vontade. De dar a volta à minha vida social. De aumentar a prioridade da minha tese.
Acabo com uma certeza. Que o assunto arrastado durante meses é largado. Que li todos os sinais e que não fiz nenhuma interpretação rebuscada e obscura. Que se demonstra desinteresse é porque não quer saber. Que se não fala é porque não quer ouvir o que tenho para dizer. Que se abraça e beija e põe a mão dele por cima da mão da pessoa que tem ao lado é porque é essa pessoa que importa. Não interessa se não percebo o porquê. É assim e acabou-se.
Acabo o mês com uma espécie de tabula rasa.
E com a esperança de me deixar de identificar com esta música.

Caraças, sou mesmo optimista

Estava eu na paz do senhor a olhar para o meu composto e a pensar na minha vida desgraçada quando vem a S. ter comigo e me diz para eu atentar naquele vulto preto ao fundo do laboratório. Na medida certa, cabelo rapado, moreno,  vestido de preto, tudo comme il fault, mas ainda não lhe tinha visto a cara. "Quem é, S.?" "É o Italiano". Tau. Já sabia que vinha um italiano, mas pensei logo que ia ter cara de tanso. Enganadinha. Ainda bem que não confio no meu instinto. De um olhar tão intenso, que até pensei que tinha um risco com lápis preto na pálpebra inferior.
Calmo, reservado mas cordial. Despertou-me o interesse, mas não foi como aconteceu com o outro. Quando vi esse pela primeira vez o primeiro pensamento foi que aquele era para mim, mesmo o meu género. Lá estava o meu instinto desorientado.
Voltando ao Italiano, não percebo porque é que ele está no país em que está e naquela universidade, com tanta opção por esse mundo fora.
Só posso concluir que ou veio atrás de uma mulher (podia escrever /homem, mas ele tem vibe de macho hetero) ou está fugido de uma família muito poderosa de mafiosos. Só pode. Não vejo assim nenhuma explicação mais lógica.
De uma forma geral, assumo a responsabilidade sobre a minha vida. O que se passa, ou não, depende de mim. Mas há uma área em que sou uma taralhoca disfuncional, a area dos relacionamentos amorosos. Aí, meus amigos, aí aponto os dedos das mão e dos pés a factores externos às minhas mutações.
Começo a vida a ver e ouvir historinhas de encantar sem pés nem cabeça. Não, a sério, é de chorar a rir de incredulidade se interpretarmos correctamente os contos de fadas com que nos fizeram lavagem cerebral: na bela adormecida, o príncipe apaixona-se por uma gaja em coma (rico exemplo, o que se quer é uma gaja calada e apática) , a Cinderela para conseguir ter o final feliz teve que ser uma mártir, uma sonsa armada em boazinha, a Branca de Neve, essa rodada, morava com 7 gajos, a Jasmine apaixonou-se por um monhê que vendia tapetes de arraiolos (que devia ser a versão qué frô da disney, atenção, nada contra estas pessoas). Quer dizer, iniciei a vida logo com conceitos completamente desfasados da realidade.
Depois veio o Sexo e a Cidade. Adoro, continuarei a adorar e cheguei a dizer que filha minha não iria ver filmes da disney, vai é ver o sexo e a cidade que é para saber como a vida morde.
Mas após uma análise mais detalhada, a verdade é que a Carrie é uma princesa disney. As outras ainda conseguem ter uma história mais plausível, mas a Carrie (que é com quem as mulheres mais de identificam) também tem uma história a atirar para o surreal. 6 anos a choramingar pelo mesmo gajo, o Big, ele descartou-a como se ela fosse um pacote de leite vazio cerca de 4-5 vezes, casou-se com outra e depois, no final, foi ter com ela a Paris e, a chorar (ai por favor) diz que ela é a "the one".  Claro que depois uma pessoa tipo eu, que não teve outros padrões de jeito em termos de comportamento amoroso, fica baralhada e perdidinha da vida.
Ainda tentei pedir orientação ao uma pessoa mais sábia, tipo a minha avó , e a resposta que levei foi "Ó filha, tu não morras burra! Goza, aproveita e não fiques só com um".
 Obrigadinha.

A fútil que habita em mim

Há quantos anos não vamos às compras juntas?  
Aquela promessa de encontrarmos a peça fantástica, a que puxa o nosso lado mais sexy, o ressabiado, o potentíssimo, o alternativo, o divertido, o excêntrico e por aí  fora. A diversão de experimentar estilos diferentes e ficarmos surpreendidas ou muito horrorizadas. Lembras-te, B.S., quando íamos à Zara experimentar os modelos mais parolos e feios e riamos nos provadores como doidinhas? Coisas de desocupadas. O Raul ainda lá anda, mas ouvi dizer que cheira mal. Por melhor “glutes” que tenha, o mau cheiro é o turn off completo.
Agora desenvolvi uma nova mania, que me vai pesando na carteira: um sistema de apoio e alívio num bad hair day. Aqueles em que acordamos pavorosas, com cara de espantalho, corpo gelatinoso e em que não temos nada que vestir dentro de um roupeiro entulhado de roupa (pelo menos é o que nos parece). Então esse sistema consiste em ter peças de roupa ainda com etiqueta. Por estrear. É um fenómeno psicológico bestial, em que olho para as peças, sinto-me melhor e opto por vesti-las, se estiver mesmo a bater mal, ou guardo-as para dias ainda piores. Ò pra mim tão madura e sensata.
Isto é mesmo assim, cada um arranja o seu penso rápido para o alívio de piores dias.  Embora ache que começa a ser demais quando a senhora da mango já nos conhece e acena toda sorridente do fundo da loja, assim que entro, e diz que esteve a pensar em nós e que nos ia telefonar porque tinha recebido umas pecinhas que poderiamos gostar.
Vou mostrar-vos as minhas últimas aquisições. Sim, tenho um problema com riscas horizontais, na medida em que quero tudo às riscas. B. A., não venhas dizer que o vestido das flores parece um cortinado, olha que ele com uns sapatinhos vermelhos e assente no meu corpinho fica o máximo. O das riscas com decote vai com cinto branco.





E ficam muito melhor a mim do que a estes espetos. Até o pauzinho do magnum tem mais curvas.

Notas de mim para mim

Se  calhar já paravas de te espreguiçar no trabalho, sempre que isso acontece aparece uma das chefias.

Também paravas de fazer cara de marreta quando a tua chefe começa a falar. Ela repara. A sério.

Não adianta comprares iogurtes magros sem açúcar se depois lhes vais juntar uma quantidade obscena de glicose aos quadradinhos.

Não, embora pareça o contrário, o martini e a cachaça não são teus amigos.

Porque é que são as pessoas erradas a fazer as coisas certas?
E foram as brilhantes conclusões de hoje.
 Na Páscoa dei umas passas num charuto cubano de uma "reserva" toda especial de um ano também ele todo especial, cujo valor unitário é de 100 eurecos. Muito bom. Mesmo.
Apetece-me comprar charutos e fumar um todos os dias, à noite, com um martini, vestida com o meu vestido preto mais à putéfia e pumps pretos envernizados, e travar à grande e à fêmea, que fumar charutos à sapo é para os intelectualóides. Depois expiro o fumo, que roça os meus lábios vermelhos, com ar de rainha do pedaço.
Isto é sempre a subir de nível.
Hoje o dia está a ser um fenómeno raro, desde que comecei a tese! A universidade está fechada, não fui para lá depois do trabalho, a minha chefe esteve de folga, foi um dia laboral calmo, está sol sol sol e quentinho.
Como chegou aquela altura do mês em que já só tenho tangas e meias esburacadas lá tive que lavar a roupa. Mas gosto, quando não tenho tempo para apreciar a rotina, gosto de fazer estas curriqueirices do dia-a-dia.
E o que também gosto é de me deitar numa cama com lençóis, cabelo e pijama, tudo lavado de fresco.
Imaginem que nem apitei muito aos condutores desta amostra de cidade. Há gentinha muito lerdinha na estrada.
Banda sonora dos últimos dias:


É bom saber que há coisas que continuam na mesma. Que os alicerces de eventos que fazem parte da nossa existência desde sempre, tipo a Páscoa, se mantêm: Páscoa ao domingo, cabrito assado, roupa nova, ovo kinder dos grandes, filmes com cães a falar, pão de ló, amêndoas, ovo kinder, mais 3 kilos, familiares a implicar uns com os outros, flores nas entradas das casas, fugir de beijar a cruz, o sino da igreja, o sino da cruz, ovo kinder, pessoas estranhas vestidas com túnicas brancas, pastar depois de almoçar, chá de hortelã.
Ovo kinder. Dos grandes.

estúpidaquemerdasuacamela

Tornei a retroceder. De repente os defeitos desapareceram e parecia que era tudo como dantes. Com muito riso e piadas parvas. Só nós, no meio de uma mesa cheia de gente, com ele a olhar para os meus olhos, para os meus lábios e de volta para os meus olhos. Como dantes. E disse coisas que eu interpretei da maneira que mais me convinha. Deu direito a minutos seguidos de horas de devaneios, fantasias e ilusões muito muito parvas, que vão parar no próximo reality check, onde vou bater mal. Outra vez. Sou mesmo drama queen. Lá ando a arrastar cenas que não são reais.
Até porque ele não devia estar a olhar para os meus lábios, ele estava era a olhar para os pêlos do meu buço que estavam a precisar de uma tirinha de cera.
Sabem, estou preocupada. É que não vou para nova, supostamente o meu relógio biológico deveria estar a espernear e a tendência para sorrir para criancinhas e falar criancês e criar algum tipo de empatia com amostras de gente, não floresce. Não dá sinais de si.
Ainda hoje estava com a cadelinha da minha Progenitora (sim, temos um animal de estimação que não vive numa gaiola, chama-se pipa, contra minha vontade. violeta era mais apropriado) e queria estar na net e ela não me largava. Fechei a criatura na cozinha. As crianças também precisam de atenção constante, o que é que eu vou fazer quando me fartar? Também devo fecha-la na cozinha? Dou-lhe sopas de cavalo cansado para ela ir dormir? O osso da pipa para ela se entreter ?
E o cheiro? Já ando  histérica a achar que toda eu cheiro a cão. E quando cheirar a vomitado de bebé , ou baba?
Ninguém se sente sexualmente atraído por alguém que cheira assim. E vocês sabem bem o que eu quero.
Sabemos que a nossa vida anda com uns padrões um bocado para o alternativo quando, num sábado à noite, o que nos deixa entusiasmada é um spray que transforma a nossa cera dos ouvidos em pó. E fiquei a ouvir ainda pior do ouvido direito.
 

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