De uma forma geral, assumo a responsabilidade sobre a minha vida. O que se passa, ou não, depende de mim. Mas há uma área em que sou uma taralhoca disfuncional, a area dos relacionamentos amorosos. Aí, meus amigos, aí aponto os dedos das mão e dos pés a factores externos às minhas mutações.
Começo a vida a ver e ouvir historinhas de encantar sem pés nem cabeça. Não, a sério, é de chorar a rir de incredulidade se interpretarmos correctamente os contos de fadas com que nos fizeram lavagem cerebral: na bela adormecida, o príncipe apaixona-se por uma gaja em coma (rico exemplo, o que se quer é uma gaja calada e apática) , a Cinderela para conseguir ter o final feliz teve que ser uma mártir, uma sonsa armada em boazinha, a Branca de Neve, essa rodada, morava com 7 gajos, a Jasmine apaixonou-se por um monhê que vendia tapetes de arraiolos (que devia ser a versão qué frô da disney, atenção, nada contra estas pessoas). Quer dizer, iniciei a vida logo com conceitos completamente desfasados da realidade.
Depois veio o Sexo e a Cidade. Adoro, continuarei a adorar e cheguei a dizer que filha minha não iria ver filmes da disney, vai é ver o sexo e a cidade que é para saber como a vida morde.
Mas após uma análise mais detalhada, a verdade é que a Carrie é uma princesa disney. As outras ainda conseguem ter uma história mais plausível, mas a Carrie (que é com quem as mulheres mais de identificam) também tem uma história a atirar para o surreal. 6 anos a choramingar pelo mesmo gajo, o Big, ele descartou-a como se ela fosse um pacote de leite vazio cerca de 4-5 vezes, casou-se com outra e depois, no final, foi ter com ela a Paris e, a chorar (ai por favor) diz que ela é a "the one". Claro que depois uma pessoa tipo eu, que não teve outros padrões de jeito em termos de comportamento amoroso, fica baralhada e perdidinha da vida.
Ainda tentei pedir orientação ao uma pessoa mais sábia, tipo a minha avó , e a resposta que levei foi "Ó filha, tu não morras burra! Goza, aproveita e não fiques só com um".
Obrigadinha.