mas que m#rda é esta?

Literalmente.
Ia eu, na autoestrada, a caminho de uma determinada cidade, quando começo a sentir umas sensações estranhas no meu baixo ventre. Ora eu não estou grávida, por isso não podiam ser pontapés. Lá continuei o caminho, quando essas sensações se transformam, qual power rangers, em dores fortes e irritantes. Mudo de posição, contorço-me, canto um bocadinho para ver se passam, olho para um lado para o outro e de repente apercebi-me. O almoço. O almoço estava estragado. Começaram os suores frios, o tremeliques nos músculos, e a casa de banho mais próxima era longe, longe e ficava num daqueles parques suspeitos onde param os camionistas.
Biatch acelera. Acelera muito porque o tempo estava a chegar ao fim. Chega ao parque, estaciona o carro e vai tão rapidamente quanto as suas pernas contorcidas, com os joelhos juntos, lho permitem. Cruzada a meta, abre a porta e olha. Olha e não percebe e pára. Os olhos arregalam. Uma pálpebra tem micro espasmos. Por momentos esquece-se do perigo iminente de explosão. Há apenas um buraco numa espécie de bacia de alumínio no chão. O esfíncter rapidamente lhe lembra que buraco é buraco e para o que é serve muito bem.
A antever uma sensação de alívio, Biatch prepara-se para o evento quando repara que não há papel. E tinha a certeza que ia ser necessário muito papel.
Outra vez com os joelhos unidos, corre o mais rápido que pode para um conjunto de velhinhos, parte de uma excursão, e pede papel à primeira avozinha que encontra. "Oh filha, num tenho. Só tenho mesmo este bucadinhu". Olha. Era um guardanapo de papel amarrotado, usado e sujo com nódoas de gordura. Estava aflita, mas manteve a dignidade. Valeu pela intenção.
Na segunda tentativa teve mais sorte e recebeu um pequeno tesouro em forma de um monte de guardanapos. Feliz, a ver o seu sonho prestes a ser cumprido, lá foi Biatch, da forma menos humilhante que conseguiu, a correr para o casebre que servia de wc.
Já aliviada, Biatch entretém-se a avaliar o tasco e, apesar de achar piada às mensagens deixadas na porta, que eram na verdade um upgrade hardcore daquelas que se liam nas casas de banho do secundário, acha que nenhum ser humano deveria conhecer aquelas condições.
Já no carro, e depois de tentar lavar as mãos da melhor forma possível sem arrancar a pele, chega à conclusão que a festa ainda não acabou. Mas que a procissão ainda ia no adro.
Acelera, sai na saída mais próxima, dá meia volta ao cavalo e torna a casa.
Chegando a casa e fazendo contas à vida, chega à conclusão que gastou cerca de 15 euros em portagens e gasóleo para ir c$g&r a uma pseudo casa de banho onde os germes já devem ser mutantes de tanta porcaria e radioactividade que lá estava. É que nem a porta dava para fechar. Uma pessoa numa posição nada elegante, a fazer algo ainda menos elegante e ainda tem que segurar na porta, que estava uma ventania do caraças!
Espero bem que não seja o Karma a fazer das suas, fruto do post anterior. Eu é que sou a boazinha da fita.
A cinderela nunca comeu comida estragada. Mas também ela era muito tansa.

a dança do faz de conta ou momentos wtf que o facebook me proporciona

Pessoas que olham para a vida dos outros com um olhar agudo como uma agulha, que usam as palavras para cuspir veneno gratuitamente, que gostam de conversas ocas, más e cinzentas, que têm telhados de vidro mas agem como se fossem de aço. Normalmente passam-me ao lado. Tento não me focar nelas. E sim, já me atingiram, mas é verdade verdadinha é que a minha situação é bem melhor.
O que me causa a expressão wtf é quando no facebook põem frases e vídeos "vunitos", profundos e cândidos sobre a vida: "E que realmente assim é que se deve viver. E é mesmo assim. Não nos podemos esquecer disto".
Wtf?
Quando passo por essas pessoas vem-me logo à cabeça a música do twilight zone.
Mas no fundo, no fundo tenho que confessar que esta incoerência diverte-me.
As baratas também são incoerentes quando se descobre o esconderijo delas.


Visão masculina do verniz paradoxal da chanel:

"Ahhhh, apertaste os dedos numa porta, foi?".
E depois exigem que uma pessoa tenha respeito.
Quando, no final de um ensaio científico super inteligente que vai mudar o mundo e trazer a paz e a harmonia e  saúde e mais coisas lindas, a PhD que veio da Alemanha para aprender a técnica que eu estava a utilizar me pergunta o que é que havia para fazer amanhã, eu respondo-lhe, com ar de entendida, que as melhores noites são à quinta feira e que amanhã ia ser fraquinho.
Claro. Evidentemente.
Há constantes na minha vida. Há coisa que posso sempre ter como certas. Mas isso é bom, dizem vocês.
Não quando se trata de falhanços.
A rapariga referia-se a ensaios.
E eu percebi que, assim só naquela, o meu futuro na ciência não parece promissor.

Ai senhores.

Estou desgraçadinha da vida. 
Amanhã abre a loja online da Zara. Possibilidade de comprar a qualquer hora, em qualquer lugar com acesso à internet.
É o fim.
É o fim da minha conta bancária.
Se eu ao menos regulasse bem da cabecita...
 

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